quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

‘Porque o nosso povo não se rebela?’ acerta alvo 87ª


Atualizado às 14h44 - 23/12
Com uma pergunta instigante 'Porque o nosso povo não se rebela?', o sempre presidenciável Plínio Arruda Sampaio coloca o povo brasileiro no banco dos réus, ao encarnar a cultura do favor, a cultura da passividade. O artigo (21/12) produzido por Plínio Arruda Sampaio disponibilizado no portal do Terra Magazine, acertou na mosca o alvo da 87ª semana do Target NewsWeek, game de análise de notícias que classifica as cinco (se houver)que fizeram a diferença ao longo da semana. Segundo Plínio Arruda, dois fatores explicariam a passividade da nossa gente. O primeiro deles é a terrível repressão policial sobre os insurgentes. Desde a Inconfidência Mineira, o povo sabe que a repressão dos revoltosos é seletiva: os figurões da conspiração foram deportados; o sargento de milícias foi enforcado, sua cabeça exposta ao pública. O segundo fator da conformidade chama-se "cultura do favor". Durante os 300 anos de escravidão, os grupos despojados de poder econômico (negros alforriados, mulatos, cafusos, profissionais sem patrimônio, brancos pobres) só tinham duas maneiras de sobreviver: ou por meio de atos ilícitos ou pela proteção de um poderoso. Surgiram daí o capanga; o mumbava; o cabo eleitoral.

A cultura do favor é uma ética da gratidão. O marginalizado, no sentido daquele que vive à margem dos direitos sociais, que recebe um favor do poderoso está moralmente obrigado a devolver esse favor, a fim de se sentir uma pessoa digna. Esta cultura atingiu não somente o pobre, mas também o poderoso. Porque sempre há alguém mais poderoso de quem se necessita uma providência - um favor.

Causas e consequências da notícia - O artigo antológico de Plínio Arruda Sampaio expõe a chaga de ser brasileiro nesses 510 anos de um país que nasceu e ainda sobrevive sem uma verdadeira identidade nacional. Afinal, nunca me identifiquei com 'Tieta', ou 'Gabriela', ambas de Jorge Amado. De alguma forma, todos nós somos apenas meros coadjuvantes de uma realidade mal vivida por nós todos, diariamente. Em 8 anos de seu governo, Lula soube muito bem se aproveitar dos desapropriados de toda ordem. A partir dos desvalidos, Lula ergueu seu império dentro de uma pseudo república federativa e democrática. Como diz Plínio Arruda, na cultura do favor, existe uma ética da gratidão, sob a qual emerge toda corja de marginalizados, aqueles que sobrevivem à margem de qualquer direito social. Aqueles que recebem um favor do todo-poderoso (Lula não soa nada obsceno) está moralmente obrigado a devolver esse favor, a fim de se sentir uma pessoa digna. E dignidade no caso é votar em qualquer pessoa, qualquer pessoa mesmo, que o doutor sem diploma indicar como poste eleitoral. Não por acaso o próximo governo tem a cara e o suor do anterior, sem nenhuma conotação com quem realmente dá o sangue todo santo dia para ver o seu país ter a cara da França, Inglaterra, Itália e Grécia. Por lá multidões de funcionários públicos, trabalhadores, agricultores, caminhoneiros, ocupam as ruas, bloqueiam estradas, ocupam edifícios públicos em protesto contra cortes em seus direitos. 'Por que aqui não acontece o mesmo, sendo que os cortes são muito maiores', questiona Plínio? Aqui, uma simples greve de aeroviários é barrada com aval da justiça. Segundo Plínio, pelo menos dois fatores explicariam a passividade da nossa gente... Se você é um come-quieto de carteirinha, vá lá pedir bênção ao Plínio plinio.asampaio@terra.com.br


Confira agora as outras notícias que acertaram o alvo da última semana:

Caixa lança cartão para substituir fiador nos contratos de locação

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