
Atualizado às 12h11 - 13/07
O caso do jogador Bruno, do Flamengo, abre polêmica em torno de decisões judiciais que se tornam agentes coadjuvantes em crimes passionais. A notícia-metáfora (04/07), produzida por Marina Schettini e disponibilizada no site do jornal O Tempo, acertou na mosca o alvo da 62ª semana do Target NewsWeek, game de análise de notícias que classifica as cinco (se houver)que fizeram a diferença ao longo da semana. Ainda sem solução, o caso envolvendo o goleiro do Flamengo, Bruno, expõe uma justiça que provoca mais discórdia ao invés de apaziguar relacionamentos em litígio. É de conhecimento público que a ex-amante do jogador, com quem teve um filho fruto de uma relação extraconjugal, buscava na justiça pensão alimentícia de cerca de 20 mil reais, o que teria causado a ira do atleta. Por precaução, a jovem postou no Orkut gravações em que ele teria feito pesadas ameaças contra ela, por se sentir usurpado com a decisão judicial. Se a essência da justiça é manter o equilíbrio social e o senso de justiça no seio da sociedade, nos casos envolvendo separações litigiosas, os juízes vêm premiando mulheres com pensões aviltantes e anuência da própria lei. Essas decisões acabaram criando as chamadas mães de ocasião – aquelas que não medem esforços para conseguir uma pensão milionária a custo de dor e sofrimento de quem elas se aproximam. Não em troca de uma relação recíproca normal entre casais, mas como forma de usurpação financeira do parceiro. Mas isso ainda não é tipificado como crime comum – estelionato passional. Sonolenta, a sociedade ainda não enxerga na ação maléfica dessas mulheres qualquer tipificação de crime. Enquanto isso, prosperar neste país acaba premiando usurpadoras de plantão. Elas estão em todas as esferas sociais, à espera da próxima vítima. O otário pode ser você, eu, ou aquele juiz que ainda não percebeu a não tão nova assim modalidade de crime. Até quando?
"As marias-chuteiras existem, sim, e aos montes. Elas são mulheres bonitas que partem para cima dos jogadores. Já fui a muita festa que eles fazem e chamam essas mulheres. São festas fechadas e feitas às escondidas", revela Amanda Romeu, que ficou conhecida como a Musa do Galo.
Causas e consequências da notícia A decisão do jornal O Tempo de editar a matéria revela a coragem de seus editores em abordar um tema tão underground e espinhoso, o qual a sociedade ainda teima em não reconhecer como extremamente grave. No início do século 20, as mulheres queimaram sutiãs contra a opressão ao sexo feminino. Naquela época, o gesto representou de verdade uma mudança de comportamento principalmente em relação ao mercado de trabalho. Afinal, no próprio lar, as mulheres ainda hoje são vítimas dos próprios homens que dizem amá-las. Mas o estelionato passional com anuência da justiça não soluciona a desequilibrada relação entre homens e mulheres. Deve haver outra saída ao invés de encher cadeias com homens que, por algum motivo, insistem em não pagar pensões estipuladas pela justiça. Enquanto vivemos nesse impasse, as mulheres são mortas por seus maridos, amantes, namorados, enfim, por quem se aproxima delas em nome do amor, mas que no final das contas acaba cometendo mesmo crime tipificado como passional, quando na verdade deveria ser um crime comum, mesmo.
Reveja agora as outras notícias que acertaram o alvo na última semana:
2º Tuma Jr. volta ser delegado sob acusação de chefiar máfia chinesa
3º Gilmar Mendes concede efeito suspensivo para senador ficha suja
4º Mito da imparcialidade jornalística em xeque durante Copa do Mundo
5º Não houve acerto
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