
Para não mencionar os verbos “manchar”, “vilipendiar”, “arranhar”, “chutar”, preferimos usar de eufemismo para ilustrar a capacidade de Dunga de “ofuscar” o brilho do nosso principal produto de exportação: a imagem vitoriosa da Seleção Brasileira. A notícia (13/06), produzida por Carlos Eduardo Mansur e Maurício Fonseca e disponibilizada no site Globo.com, acertou na mosca o alvo da 59ª semana do Target NewsWeek, game de análise de notícias que classifica as cinco (se houver)que fizeram a diferença ao longo da semana. Não bastasse a falta de bom senso na convocação de jogadores (deixando de fora estrelas que a FIFA ostenta em seu site oficial), o rei Dunga chegando à África passou a agir como um ditador, fechando treinos para a imprensa e, por tabela, deixando os torcedores brasileiros sem acesso ao seu maior produto de exportação. Para os leigos de plantão, o que faz o mundo girar não é nenhuma commodity ofertada em bolsa de valores mas, sobretudo, a imagem produzida desses mesmos produtos pela comunicação social. No caso da Seleção Brasileira foi a imagem vitoriosa do selecionado brasileiro ao longo de sua história que garantiu aos demais produtos brasileiros a aura de grandeza que hoje eles ostentam. O aço, o petróleo, o minério de ferro, o etanol, todos esses produtos precisaram colar a sua imagem à da seleção brasileira para garantir algum sucesso fora do Brasil.
Até a derrota por 2 a 1 da Seleção brasileira para os uruguaios no Maracanã, o Brasil amargava um dos piores imaginários que um país pode ostentar. Seu povo andava de cabeça baixa com vergonha do seu próprio país. Até então, a imagem do brasileiro era de um povo derrotado. Perdedor! Oito anos depois, tudo mudou com a arte traduzida nos pés de Pelé, no Mundial da Suécia. A partir da conquista de 58, o Brasil trocou o sapato furado para andar de bola cheia. A nossa exportação cresceu em todos os setores de forma exponencial. E pensar que ainda tem gente que gosta de pichar a imagem de Pelé, ignorando o fato de ele ser ainda um dos principais personagens de nossa identidade nacional. Aliás, só vemos alguém tremulando a bandeira do Brasil pelas ruas em épocas de copas do mundo. Uma mera coincidência?
Causas e consequências da notícia O teor dessa notícia é tão sério que a CBF (que tem poder político e econômico maior que muitos ministérios do Governo Lula) não poderia jamais ser uma entidade privada. Mas é! Terrível, não acha? Mas estamos no Brasil, onde a comunicação social é formatada na perspectiva do imaginário da nossa elite social. Não por acaso os postos diretivos das assessorias de comunicação das principais empresas do país são preenchidos a dedo por pessoas ligadas às oligarquias dominantes. Não entendo (entendendo) como o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, vê tudo isso acontecer diante de seus olhos de forma no mínimo confortável. Ao contrário da CBF, a Honda (empresa fabricante de carro japonês) escalou o jogador Ronaldinho Gaúcho em sua propaganda ligada à Copa do Mundo, com a finalidade de fortalecer ainda mais a imagem que a empresa japonesa tem junto aos brasileiros. Ora, Ora! Algo precisa mudar antes da Copa de 2014. Afinal, não queremos que a CBF tenha mais poder que o presidente da República quando a bola começar rolar no Brasil.
Reveja agora as outras notícias que acertaram o alvo na última semana:
2º Ficha limpa: ilusão de lisura com corruptos marcando ponto no pleito
3º Senado aprova emenda polêmica sobre divisão de recursos do pré-sal
4º Não houve acerto
5º Não houve acerto
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