
O Brasil não tem um equipamento próprio para permitir que autoridades possam fazer alertas meteorológicos e evitar calamidades como a ocorrida no Rio de Janeiro. A notícia (07/04), produzida pelo Jornal Nacional e disponibilizada no site Globo.com, acertou na mosca o alvo da 50ª semana do Target NewsWeek, game de análise de notícias que classifica as cinco que fizeram a diferença ao longo da semana. No Centro de Previsão do Tempo do Inpe, no interior de São Paulo, as informações sobre temperatura, vento, umidade chegam de estações espalhadas pelo país e são processadas por supercomputadores. As imagens de satélite são essenciais para os meteorologistas. Mas, como o Brasil não tem um equipamento próprio, a população brasileira fica refém do descaso dos governos que se sucedem no poder com a vida dos seus próprios eleitores. No caso do Rio de Janeiro, os meteorologistas até previram a chuva, mas não com tanta força.
“Mostrou com 70 milímetros de pico, mas não com quantidade de 360 (...) Quando tem uma tempestade nos Estados Unidos ou algum evento, eles param de fazer a varredura da imagem aqui para fazer lá. Nós temos imagens no melhor dos casos em 30 minutos e no pior dos casos, a cada três horas”, explicou Luiz Augusto Machado, do CPTEC-Inpe.
Causas e consequências da notícia - Após ler a notícia acima podemos constatar que a causa do problema exposto está na falta de uma comunicação exata do fato. Ora, se os meteorologistas do CPTEC-Inpe que são bem pagos e não conseguem fazer de fato uma análise meteorológica com exatidão, são inócuas todas as previsões do tempo. No mundo das informações de conteúdo vazio, a única coisa que sobressai na tela da TV é o charme autorreferente das apresentadoras do tempo dos telejornais. Não precisamos disso! A morte de mais de 200 brasileiros no Rio de Janeiro revela isso. Há outros canais mais adequados para o exercício do exibicionismo jornalístico. O erro do jornalismo tradicional foi ter optado pela estética (linguagem jornalística) em detrimento da informação que interessa. No debate ocorrido no programa Entre Aspas (Globo News) sobre a grande participação de internautas na cobertura da catástrofe no Rio, o professor Sílvio Meira (UFPE) disse que vivemos um momento de transição entre dois modos de produção de conteúdo midiático - o primeiro tradicional (um-todos) e o segundo participativo (todos-todos). De posse da tecnologia adequada, as pessoas são levadas inexoravelmente à mobilização social e passam a participar ativamente na solução de problemas comuns. Se esse raciocínio for totalmente lógico, o jornalismo não deveria ser concebido como uma atividade profissional remunerada, pois na cibercultura todos nós já nascemos com o vírus da mobilização social. E, em sua essência, o jornalismo se confunde com ações com finalidades comunitárias.
Reveja agora as outras notícias que acertaram o alvo na última semana:
2º Repasse para prevenção de catástrofes naturais é desigual
3º Rio: produção participativa foi maior que da mídia tradicional
4º Não houve acerto
5º Não houve acerto
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