
A decisão polêmica do STF que dispensa a obrigatoriedade da exigência do diploma de jornalista para o exercício legal da profissão acertou na mosca o alvo na 8ª semana do Target NewsWeek, resenha que classifica as cinco notícias que fizeram a diferença ao longo da semana. Afinal, a decisão do Supremo vai obrigar o ministro Gilmar Mendes a rever as demais profissões inclusive, a necessidade do diploma de Direito para o exercício legal da profissão de advogado. Concordando ou não com a decisão do STF, a medida soou como uma sentença de morte para o jornalismo profissional como conhecemos hoje. Ao longo de 40 anos, a profissão de jornalista vinha sendo formatada por pesquisadores brasileiros de alto quilate, como o professor Marcos Palacios, um dos integrantes do GJOL - Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line. E da noite para o dia, uma profissão de alta complexidade simbólica cai na vala comum dos cursos técnicos. É impossível prevê o futuro da categoria, cujo imaginário foi profundamente arranhado com o fim da obrigatoriedade do diploma. Afinal, para uma profissão que sempre foi bombardeada por interesses escusos de políticos e ações corporativistas inescrupulosas, um simples papel timbrado registrado no Ministério do Trabalho ainda fazia muita diferença. Por quê? Pelo simples fato de estarmos abaixo da linha do Equador, infelizmente. Não somos ingleses nem americanos, tampouco suecos, de cujos jornalistas não são exigidos qualquer diploma de formação superior para o exercício legal da profissão. Por lá, a maior idade política já foi alcançada. Por aqui, ainda funciona a velha política do “é-dando-que-se-recebe”. Certamente, os jornalistas profissionais nunca foram imunes à essa prática. Mas a decisão do STF só vai institucionalizar atos de uma república velha. Num bom Português, o jornalismo vai virar uma terra sem lei, sem paradigmas éticos nobres. Se a coisa já estava ruim, pode ficar ainda pior! Afinal, qualquer um poderá exercer a única profissão, entre tantas que existem por aí, que criou o imaginário necessário para a instalação de uma CPI no Congresso Nacional que abriu caminho para o primeiro impeachment de um presidente da República. Agora é que será mais difícil garimpar a notícia que realmente interessa.
Reveja agora as outras notícias que acertaram o alvo na última semana:
2º lugar - Mundo tem 1 bilhão de famintos, segundo relatório da FAO
3º lugar - Manifestação contra Ahmadinejad mata e divide o poder no Irã
4º lugar - Escola brasileira é dominada por preconceitos, revela pesquisa
5º lugar - Em sigilo, Senado demite irmão do presidente da Casa José Sarney
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