sábado, 2 de janeiro de 2010

Felicidade tênue de Réveillon acerta alvo da 36ª semana


Todos os anos é tudo sempre igual! Nas festas de final de ano, o brasileiro troca a segurança do lar em busca de lugares paradisíacos. Muitas vezes as pessoas, inconscientemente, correm em busca daquela felicidade de um dia só, sem pensar nos 'fantasmas' que podem nos atormentar ao longo dos 365 dias do ano. Apesar de tanta informação disponível, por que ainda somos tomados por um sentimento de boiada a cada véspera de feriado? Alguma coisa está fora da ordem...
Na véspera do Ano Novo, mais de meio milhão de paulistanos pegaram a estrada rumo às praias santistas. Pela TV vimos engarrafamentos gigantescos nas principais rodovias que ligam São Paulo ao litoral. Milhares aguentaram “felizes da vida” até dez horas dentro do carro antes de chegar ao destino paradisíaco. A notícia (31/12), produzida pela redação de O Globo on-line e outros sites, acertou na mosca o alvo da 36ª semana do Target NewsWeek, game de análise de notícias que classifica as cinco que fizeram a diferença ao longo da semana. Lá, encontraram uma cidade sob chuva forte em pleno Réveillon. Até parece que não viram a previsão do tempo na TV. Arriscaram! “Se deram mal!” Cilada! Sem clima para pegar uma prainha, muitos decidiram antecipar a volta para casa, ignorando o fato de que qualquer gasto fora de hora pode fazer falta para ajudar a tocar o restante do ano. Então, parafraseando Renato Russo, por que sempre achamos que "agimos certo sem querer" e dizemos que sempre "foi o tempo que errou"? Sei lá... No Rio de Janeiro nada muito diferente. Afinal, tem gente que não vive se não for à queima de fogos de Copacabana todos os anos. Tudo bem! Na orla da Princesinha do Mar, tudo rolou as mil maravilhas. Mas nem tanto assim, viu pessoal! Na volta para casa, os cariocas ou não tiveram de enfrentar longas filas de ônibus e nas estações do metrô. Tudo isso parece estar dentro do roteiro de um tipo de turismo que prefere ver o último centavo do turista sem dar qualquer contrapartida que lhe permita pensar em voltar e conhecer novos lugares.Enquanto isso, na baixada fluminense, a galera da Zona Norte passava a noite de Réveillon com as casas quase debaixo d’água em função da falta de infra-estrutura da Defesa Civil do Estado. E onde estava o governador do Rio? Bem, descobrimos que ele passou a virada do ano com a família na Restinga da Marambaia... Soubemos disso quase que por acaso quando os repórteres estavam atrás do governador (sumidão, apesar das notícias vindas de Angra dos Reis...) em busca de mais informações sobre o paraíso que virou inferno. Até agora, mais de 40 pessoas já morreram na cidade. No Estado, já são mais de 60. Como num filme de terror, muitos só conseguiram vivenciar a felicidade de um dia só... Depois da tragédia, o governador do Rio defende revisão de políticas de ocupação da área. Em Minas também não é diferente. Em matérias de tragédia, o governador raramente dá entrevistas. Dizem por aí que ele gosta muito de passar o tempo como governador de Minas no Rio... O fato é que quase nunca está onde deveria estar para, no mínimo, vestir a máscara da solidariedade diante de famílias que perderam parentes e a própria casa em locais onde o Estado deveria marcar presença durante todo ano para evitar novas inundações por conta das chuvas de Verão. Enquanto isso, mais de 10 pessoas já morreram e 160 mil estão desabrigadas. Ufa! Bem-vindo 2010! Quer saber o meu pedido de virada de ano? Ser feliz e ter saúde para dar e vender...

Reveja agora as outras notícias que acertaram o alvo na última semana:

2º lugar - BNDES vendeu ações fraudulentas ao megaempresário Eike Batista

3º lugar - Mulçumanos e Al-Qaeda: mistura perigosa num mundo multilateral

4º lugar - Boris Casoy: perfil de jornalista sem mais espaço na nova mídia

5º lugar - Piso nacional do professor da rede pública será de R$ 1.024,67

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